quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

30º dia de viagem – De SPA a Ollague – 16 de janeiro

Depois de 9h de sono acordei hoje com dor de cabeça e com o corpo dolorido, era a gripe chegando ao seu auge justo no dia em que vou enfrentar o chão batido, mas o que não tem remédio, remediado está. Tudo pronto, galão reserva preso a Roseli, entramos na estrada rumo a Calama às 12h, mais tarde do que o previsto já que a moleza da gripe me deixou meio devagar. A viagem foi tranqüila e sem nenhum percalço.
Em Calama fomos procurar de onde saíam os Buses Atacama, a empresa que vai levar Helenilka até a fronteira. Encontramos a empresa e achamos um hotel praticamente colado ao lugar de onde saem os ônibus, melhor impossível. Com Helenilka já instalada fomos almoçar em um Bavaria, o mesmo de Antofagasta, descobrimos que a rede está presente em quase todo o Chile.
Saí de Calama às 16h com destino a Chiu-Chiu para depois ir a Cebollar e de lá para Ollague. A viagem até Chiu-Chiu foi tranqüila, mais ou menos 40 km com asfalto do bom.  Quando saí para Cebollar a estrada começou a piorar. Havia asfalto, mas era irregular, porém consegui andar entre 60 e 80 km/h. Quando cheguei ao Salar de Ascotan começaram os problemas. A estrada estava péssima, além de pedras, muitas costeletas e buracos, havia ainda a armadilha dos buracos de areia fofa.
No km 130 fui para o lado direito da pista para dar espaço a dois caminhões que vinham no sentido contrário, o vento me empurrou mais ainda e a Roseli se atolou na margem da estrada, caindo em cima da minha perna direita, que ficou torcida e presa. Ai, como doeu, eu não consegui tirar a perna nem levantar a moto. Pedi socorro ao motorista do caminhão, que prontamente parou e me ajudou a erguer a coitada da Roseli. Agradeci muito e continuei a viagem, o lugar era totalmente inóspito, não havia como parar para ver o estado da minha perna, havia vento demais e pó para todo lado. Foi realmente uma decisão acertada fazer esse trecho sem a Helenilka.
Andei uns 5 km e milagrosamente a estrada voltou a ter um asfalto razoável, estava chegando a Cebollar, passei a cidade e 10 km depois o asfalto acabou. Observei que havia saídas alternativas laterais, era caminho por todo lado, mas continuei na estrada principal que foi piorando cada vez mais. Quando cheguei a outro Salar, o de Carcote, virou o caos, acho que ali mora o coisa ruim, parecia o caminho para o inferno. No km 175 me deparo com dois buracos grandes de areia fofa, escolhi o que parecia menos ruim e páh, chão de novo. Desta vez foi mais feio, a Roseli deitou totalmente de lado e eu fui jogado à frente. Felizmente não me machuquei, só o dedo mínimo da mão direita ficou dolorido, ainda bem que sou canhoto. Levantei, dei a volta e puxei a Roseli sozinho. Liguei e fui embora todo sujo, mais 10 km e o asfalto razoável surge de novo, estava chegando a Ollague.  A cidade estava deserta, depois de umas voltas vi uma pessoa e mais outra, pedi informação e cheguei ao refúgio, ops, hostal (rsrs), jantei e fui dormir exaurido. Amanhã teria outro longo dia.

Até breve,

P.S.: Estamos com dificuldade de acesso à internet, pois o hotel está a 25 km de Uyuni, por isso está sendo difícil carregar as fotos. Assim que for possível atualizaremos os álbuns.

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