Direto do hotel em Santiago
Descobri o nome da cidade onde estava é Entre Lagos, tipicamente rural e agradavelmente hospitaleira. Como cheguei à noite não havia me dado conta da beleza da paisagem. Quando acordei, por volta das 6:00h da manhã um galo me acordou, e vi que estava próximo às margens de um lindo lago, senti minhas baterias recarregadas e com muita disposição para a longa jornada do dia. Tomei um bom café, carreguei as tralhas na Roseli e fomos embora, abasteci, calibrei os pneus, que, embora pareça simples, é uma operação muito complicada, principalmente o traseiro por causa da transmissão e dos alforges de fibra.
8:30h entro na estrada e começa a diversão, +ou- 9:20h chego na Ruta 5, também conhecida como Rodovia Pan-americana. Que estrada fantástica, rodei por ela o dia todo até o centro de Santiago, onde cheguei por volta das 10:30h da noite.
Durante o dia o tempo mudou, pois sai de Entre Lagos com céu totalmente fechado e temperatura na casa dos 15 graus. Conforme as horas passavam e eu andava rumo ao norte tudo melhorava, porém por volta do meio dia, já havia tirado toda roupa pesada, luvas fachadas, e viajava só com colete e luvas abertas. Então comecei a sentir um cansaço e muito sono, sem entender, continuei. A cada 70 km tinha que parar e descansar, numa destas paradas acho até que apaguei por uns dez minutos, sentado no chão e encostado na Roseli, ali mesmo, no acostamento da estrada, apesar dos caminhões e carros passarem em alta velocidade e fazerem muito barulho, apaguei total. Acordei com a buzina de um caminhão e me sentindo melhor continuei. A temperatura seguramente estava acima dos 30 graus e eu me sentia exausto, não conseguia entender o porquê. À medida que o dia terminava e temperatura baixava me sentia melhor e os últimos 250 km rodei tranqüilo no limite de velocidade da via (120 km/h) até Santiago. Me perdi um pouco, e embora carregue o GPS, prefiro perguntar, assim pratico meu portunhol (rsrs), e dessa forma às 23:00h estava em frente ao hotel, até que foi fácil.
Com a mudança do roteiro, perdi a emocionante passagem pelos Andes entre Mendoza e Santiago, é uma pena, mas por outro lado um bom motivo para voltar à região assim que possível e fazer esse belo passeio e com mais tempo, talvez dar uma esticadinha a Bariloche e reencontrar Mariano. Vou começar a pensar nisso.
Um último registro, estou com saudades dos meus filhos Virginia, Stefanny, Eduardo e Vitor Hugo, e dos netinhos Vinicius, Guilherme e Valentina. Será que um dia poderemos fazer uma viagem como esta, juntos? Não sei, quem sabe. Desejo, do fundo do meu coração, ao Vitor toda sorte, pois hoje 7 de janeiro, ele está fazendo um exame em São Paulo para saber se está livre do Linfoma que o obrigou a fazer 24 seções de quimioterapia ao longo de 2010. Vitor, sorte, força e que Deus o ilumine.
Sim, antes de encerrar, descobri por que estava tão cansado ontem, gripei. Amanheci todo mole e meio tonto, espero que passe logo.
Beijos e abraços a todas e todos!
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