domingo, 16 de janeiro de 2011

29º dia de viagem - SPA (Gêiseres e Lagoas) - 15 de janeiro

Depois de dormirmos pouco mais de 2 horas acordamos às 3:45h para aquele que deveria ser um dos pontos altos da viagem, os Gêiseres de El Tatio, que estão em seu esplendor às 7h e somem às 10h da matina. Para nosso azar fomos os primeiros a ser pegos para o tour, a van já nos esperava às 4h. Saímos cambaleantes amaldiçoando a hora em que decidimos fazer esse passeio.  Ao contrário do dia anterior, em que o veículo do tour era um confortável microônibus Volare, hoje estávamos em uma van lotada, não havia espaço para esticar minhas pernas e como vimos, ou melhor, sentimos, o caminho era bem pior, pois a maior parte era chão batido em mau estado, obrigando o motorista a dirigir a 30 km/h e nos fazendo chacoalhar como se estivéssemos em um liquidificador.
Às 7h chegamos aos Gêiseres, pensei então que agora seria recompensado com um momento sublime, mas que decepção.  Olhando de longe só via fumaça, de perto a maior parte eram pequenas borbulhas de água, uns 2 ou 3 lançavam água acima do solo, mesmo assim a não mais que 1,20m. O frio era cortante, perto de 0° C (é justamente o frio da manhã que causa o fenômeno de vapor d´água), esqueci minhas luvas e o colete não aquecia o suficiente, Helenilka não estava muito melhor, ao tentar se aquecer em frente a uma área de vapor ela aspirou algum gás que a deixou tonta e desorientada, resolveu então voltar para a van aquecida e lá ficou desolada, nem o tripé ela usou dessa vez. A certeza de que esse era um programa de índio foi imediata, não havia muito a fazer, continuei caminhando entre os gêiseres tentando entender o que as pessoas vêem de tão incrível, juro que não entendi, gastamos cerca de 20.000 pesos chilenos por pessoa, entre entrada e tour, algo como R$ 70, dinheiro desperdiçado. Depois de 1 hora fomos para as Termas parecia que agora a coisa iria melhorar, poderíamos tomar um banho quente e relaxar, ledo engano, as tais termas são uma poça de água quente no chão lotada de gente, não havia sequer um vestiário, desistimos do banho mesmo tendo levado roupa para tal. O tempo parecia não passar, na volta vimos algumas lhamas, vicunhas, flamingos, nhandus e outros bichos da região, também paramos em um povoado onde provamos carne de lhama, suave e saborosa. Retornamos ao hotel às 12:15 com a certeza de que não recomendaremos esse passeio a ninguém, bem, talvez aos chatos (rsrs).
Gêiser

Vicunhas

De volta à SPA tratamos de procurar a passagem de Helenilka para Uyuni, pois várias pessoas disseram que a estrada está em péssimas condições , assim, além de evitar o desnecessário sofrimento de Helenilka, saculejando por mais de 300 km de chão batido, reduzo a instabilidade de moto que, é sempre maior em terrenos irregulares, ainda mais com uma garupa. Conseguimos passagem para a fronteira com a Bolívia para o dia 17, segunda-feira, lá ela deve pegar outro ônibus até Uyuni.
Voltamos ao hotel, gripado e com sono dormi por uma hora e meia, acordei e fomos para o segundo passeio, que, felizmente, salvou o nosso dia. A primeira parada foi nas Lagunas Cejar, duas lagoas que possuem 7 vezes mais sal que a água do mar, você fica boiando ou em pé sem o menor esforço, a água lhe empurra o tempo inteiro para cima, é uma delícia, ficamos brincando por lá durante uma hora, quando saímos estávamos brancos de sal e com o cabelo duro. Seguimos então para os Ojos Del Salar, duas lagoas de água doce, sendo uma delas aberta ao banho, hora de tirar um pouco do sal. A última parada foi na Lagoa Tebinquiche, onde ficamos até o pôr do sol tomando pisco. Essa é uma bela lagoa que durante os meses de verão fica quase sem água devido à evaporação, o que sobra é fina lâmina de alguns centímetros de água e uma extensa camada de sal, o lugar é espetacular, quando o sol vai se pondo seu reflexo nas Cordilheiras e na água proporcionam um cenário indescritível.
Flutuando na Lagoa Cejar

Pôr do sol na Lagoa Tebinquiche
Formações de sal

Já em SPA fomos dar uma volta na cidade e jantar uma massa, dica importante: sempre perguntem se o restaurante aceita cartão de crédito, ter os símbolos na porta de Visa, Master, Amex, não signica muita coisa por aqui. No Chile, é comum na hora do pagamento informarem que as máquinas estão fora de operação e que só aceitam dinheiro em espécie.

Amanhã saímos de SPA rumo a Calama para Helenilka pegar o ônibus, vamos nos reencontrar em Uyuni, e sigo para minha aventura pelo chão batido. Possivelmente só terei acesso à internet quando lá chegar, portanto, fiquem com o post a seguir: Depoimento de uma garupa.

Abraços.

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